Se alguma coisa parece boa demais para ser verdade,
então provalvemente é mesmo verdade.
Sidney Sheldon
Estou em Belo Horizonte há 4 dias. Restinho de férias... A capital mineira com suas ladeiras intermináveis e odor de fuligem me cansa, mas os mineiros (meus conterrâneos) me divertem.
Familiares e amigos me acolhem do modo que os bons amigos devem ser, afetuosos, sinceros e solícitos. Para equilibrar o ônus da franqueza típica da amizade alterosa, recebo o bônus da irreverência e o bom humor citadino através de inúmeros "causos" e "prosas" que pude ouvir e compartilhar até agora.
Em um buteco "copo sujo", conversei durante horas sobre literatura, entremeado o assunto por muitos fatos arrancados da memória sobre Brasil sob o regime getulista e reflexões éticas muito interessantes. E por que não dizer, desconsertantes. Aprendi muito, principalmente, sobre literatura de aventura e suspense. Num bar, né?!...rs. É pitoresco, porém talvez não seja contrário ou contraditório como possam imaginar.
Mecânica de autos, futebol, negócios e espiritismo fizeram parte do do repertório quase monológico em outras paragens e ocasiões, tendo por personagens outros (inter)locutores. É que não entendo muito desses microcosmos. Confesso minha ignorância, principalmente, em relação aos dois primeiros universos.
Chuva antes do jôgo. Desisto de ir ao mineirão, assisto a "pelada" pela TV. Empate, 1 X 1, Atlético mineiro e América. Debut do Wanderley Luxemburgo no Galo.
Comentam comigo e pude constatar que os "sebos" proliferam por aqui. As pessoas têm lido mais ou o mesmo público consumidor de livros novos migrou para o consumo de usados? Não sei. Fica a dúvida assim também outros questionamentos acerca da vida cultural em "Beagá". Detalhe: as livrarias estavam cheias, porém observei que a procura estava concentrada nos materias escolares.
Muita cerva no Balaio de Gato, Guarapan, Mate Couro, Del Rey em garrafa de vidro, pão de queijo e de batata (3 por por 2 mangos ou 4 por 2 e 40. Bão dimais!), queijo canastra (claro!), geléia de pimenta e de cachaça com torresmo carnudo, biscoito de polvilho frito fresquinho, cigarrinho de palha (lamentavelmente, admito, uma febre local). Ah!... os doces, espetáculo aos sentidos que vence qualquer reserva ao pecado da gula.
Evito traçar roteiros turísticos habituais em minhas andanças pela cidade. Não gosto de chão muito batido. Excessões ao glorioso e octagenário Mercado Central e ao quase soterrado pelas especulações imobiliárias e transformações urbanas, o Café Nice. O primeiro, é um desbunde de cores, aromas e sabores; o segundo, gostinho e cheiro de "ouro negro" e história.
É um período fraquíssimo para tentar revisitar a cena mineira do Rock in Roll. Só depois do carnaval (que pra quem curte, no interior é o que há) vão retomar as programações prolíferas no gênero em bares e casas noturnas por aqui. Me contento o "pocket show" particular improvisado pelo Leandro (da banda cover The Doors) abrangendo de Zeca Baleiro (MPB) a Rush (rock progressivo). Gostei! Aliás, abraços ao Ulisses (o Unilux) que partiu neste domingo para o Campus Party em Sampa, ao Fabiano, Hermano, o carinha que esqueci o nome e que cursa agronomia da UFV (mente aguçada Broh!) , Camila (a animada namorada do Leandro). Tutti bona gente!
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