domingo, 28 de fevereiro de 2010

Contagem regressiva para a Copa do Mundo na África

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"Trens" da Alterosa - parte II

Chamada por alguns, inclusive por mim, de "roça iluminada" ou "roça grande" deixou saudades, apesar da ansiedade do retorno para casa no litoral paulista. Por pouco perdi um show de Rock no "Jack Bar" com bandas locais numa promoção de ajuda ao povo do Haiti, também, com um pouco mais de tempo participaria do encontro "Punk Geriátrico". As notícias sobre tal encontro dão conta do quão hilário e insólito foi reencontrar os rebeldes e renegados de ontem e verificar as mutações ou continuidades no modus vivendi de hoje.

A urbe aparentemente domada deitou mais uma vez suas garras em mim. A "Bagdá do mega pixels", conforme o verbete, ou melhor, a "entrada" Belo Horizonte na desciclopédia, calça como uma luva hightec tal definição. Realmente, percebi com os olhos "estrangeirados" de quem há muito partiu para outro Brasil que em "Beagá" as coisas parecem funcionar bem, entretanto nada disso... As pessoas estão muito mais apressadas, é quase um arremedo de Sampa. As imagens da cidade se espraiam como em tentativas de ilusão, de fuga e busca de identidade. Algo como painéis de led cujas partes apagadas revelassem _ sempre em pontos aleatórios _ os avessos da cidade. Não chega a ser o "avesso do avesso", é o contrário em doses sur(presas). Figuras de decadência descontextualizadas e desconsertantes. Uma cidade fake, porém muito distante de uma Dubai, maqueada para parecer aquilo que não é e procurando "baratinada" preservar o que já foi. Modernidade e tradição estão cindidos em seus embates particulares, na inócua tentativa de vencer o tempo e domar os espaços. Só o tempo dirá em que vai dar esta contrariedade. Quanto a contradição _ não tem remédio _ é inerente as grandes cidades, uai!

Na rodoviária, antes de partir passo mais uma vez para saldar o Fernando Sabino na acanhada exposição dedicada ele. Certo da minha condescendência aceito o provisório status de pequeno mentecapto. "Belô" continua suja e bela.