domingo, 28 de junho de 2009

direito à Embriaguez?

FILÓSOFO DEFENDE DIREITO À EMBRIAGUEZ

LA VANGUARDIA, 10/03/2008.

"A embriaguez é um direito humano fundamental", diz Javier Esteban.
Tenho 42 anos. Nasci e vivo em Madri. Licenciado em Filosofia e Direito, dirijo a revista universitária "Geração XXI". Sou casado e tenho duas filhas, Alma (10) e Sol (8). Sou um excêntrico de centro. Sou sufi: caminho para onde caminha o amor. O poder combate a embriaguez.
A entrevista:
LV - O que é a embriaguez?
Esteban - Uma expansão da consciência que descortina os véus que ocultam a realidade.
LV - Desde quando ela existe?
Esteban - Desde sempre. Até os animais se drogam com substâncias naturais, com frutos fermentados... Formigas, cabras, pássaros, macacos... Todos se extasiam e brincam!
LV - Então nós somos como os animais?
Esteban - Não, eles agem por um determinismo instintivo, mas nós temos liberdade! Liberdade para a embriaguez. Liberdade para experimentar com a nossa consciência.
LV - Liberdade para nos drogarmos?
Esteban - É o uso dessa liberdade que nos torna humanos! O direito à embriaguez, portanto, é um direito humano fundamental. "Que ninguém venha me dizer quantos copos de vinho eu posso beber", disse Aznar. Ele tem razão. Mas com certeza a droga favorita dele é o poder, como a de Zapatero.
LV - Nem Zapatero nem Rajoy nunca fumaram nem um baseado, conforme declararam.
Esteban - Por uma questão de geração, custa-me crer que Zapatero nunca tenha experimentado um baseado. É como se o pai dele nunca tivesse provado um copo de vinho!
LV - Quem é que coíbe o direito humano à embriaguez, em sua opinião?
Esteban - A Igreja católica e o Estado (igreja laica), que querem fiscalizar a nossa consciência.
LV - Castigando os motoristas bêbados?
Esteban - Não, eu não me oponho a sancionar as condutas que são perigosas para terceiros. Mas critico o fato de que estão boicotando o autocontrole que temos de nossa consciência.
LV - Desde quando isso acontece?
Esteban - Começou com a destruição do templo grego de Eleusis, no século 4 d.C.
LV - Agora você foi longe!
Esteban - Desde o ano de 1.500 a.C., no contexto dos mistérios eleusinos, acontecia um ritual de embriaguez que cada grego vivia uma vez na vida, e isso lhes abria as portas da consciência.
LV - Em que consistiam esses mistérios?
Esteban - Eram rituais que aconteciam à noite. Em comunhão coletiva, eles ingeriam um enteógeno.
LV - O que é um enteógeno?
Esteban - A palavra significa "deus existe dentro de mim". É uma substância psicoativa capaz de induzir a uma experiência extática de unidade com o cosmos. Uma vivência da divindade.
LV - Que substância era ingerida em Eleusis?
Esteban - Uma sopa de cereal chamada "kikeon", que continha cornelho de centeio, um fungo com uma substância psicoativa idêntica ao LSD, o enteógeno mais poderoso conhecido.
LV - O que acontecia então?
Esteban - Cada um vivia a sua própria experiência de consciência expandida. Símbolos eram mostrados e cenas eram representadas para guiar o indivíduo ao autoconhecimento.
LV - Era uma embriaguez ritualizada?
Esteban - Sim, fazia parte do sistema, em benefício da livre consciência de cada indivíduo. Isso foi varrido, destruído. Hoje sentimos falta disso, e nossos jovens, ignorantes, acabam causando danos a si mesmos em suas irrefreáveis tentativas de embriaguez.
LV - Quem destruiu esse ritual?
Esteban - Os bárbaros e os monges cristãos nestorianos, no século 4 d.C. A cultura ocidental ficou sem referência de embriaguez.
LV - Temos o vinho, o álcool...
Esteban - Não são enteógenos, são muletas úteis para nossas vidas insatisfatórias, escravizadas pelo rendimento econômico. E, em vez de expandir a consciência, a deixam turva.
LV - Um pouco de álcool pode cair muito bem.
Esteban - A verdade é que o veneno está na dose, como diziam os gregos.
LV - Que personagens ilustres sabiam disso?
Esteban - Toda a obra de Platão é uma crônica de embriaguez! Aqueles filósofos, assim como os xamãs, chegavam ao êxtase, assim também como os druidas e depois as bruxas, ou até mesmo os místicos, ébrios sem substâncias, que tanto inquietaram a Igreja. O poder estabelecido sempre combateu essas pessoas!
LV - Por que motivo?
Esteban - Não há nada mais dissolvente que o livre acesso à própria consciência! Por isso Nixon arremeteu contra os profetas do LSD (Hoffman, Junger, Michaux, Wason, Huxley, Kesey, Leary...), cujas experiências alimentaram o feminismo, a militância ecológica, o pacifismo, os direitos civis... Nixon declarou guerra à consciência: quando começou a guerra contra a droga, começou a grande catástrofe.
LV - Que catástrofe?
Esteban - Milhões de presos, dezenas de milhares de mortos, narcoditaduras, a terceira maior fonte de renda do mercado negro no mundo, camponeses com fome, multiplicação de politoxicomanias... A proibição da droga foi o maior erro do século 20!
LV - Você propõe eliminar a proibição?
Esteban - Por acaso a proibição evitou que nossas crianças estejam se metendo com drogas aos 13 anos de idade? Não! Pelo contrário: a proibição presenteia as máfias com um poder imenso.
LV - Um político colombiano já me disse isso...
Esteban - Muitos governantes já reconhecem o fracasso da praga proibicionista.
LV - Você faz a apologia das drogas?
Esteban - Das drogas não, mas da embriaguez. Qualquer pessoa maior de idade deveria poder consumir qualquer substância (com o limite único da liberdade de terceiros). E, veja só, Silicon Valley nasceu da embriaguez de pessoas como Bill Gates. Este sim admite que fumou alguns baseados!
LV - O que você diria a Zapatero?
Esteban - Que o direito à embriaguez é um direito inerente à liberdade de consciência, e que a lei deveria protegê-lo.
MISTICOS
Esteban me contou que uma experiência lisérgica na mata lhe revelou que os pássaros e as abelhas trançavam, em uníssono, uma dança que escrevia no ar a expressão árabe Ilaha Ilalah (não há mais realidade além da realidade). Caídos os véus, a realidade era uma plenitude na qual não havia diferença entre ele e o mundo, uma experiência de simplicidade amorosa. Depois disso, Javier Esteban escreveu "O Direito à Embriaguez" (El derecho a la ebriedad, Editora Amargord), um panfleto em defesa do direito que as legislações feitas durante o século 20 consideram um perigo. Esteban insiste: "Não defendo as drogas, mas sim o arroubo, o êxtase, a embriaguez a que toda consciência tem direito". Esse estado ao que o místico chega sem precisar de nenhuma droga.

Tradução: Eloise De Vylder

terça-feira, 23 de junho de 2009

simplesmente Chaplin?

Olha Só!... Atendendo a pedidos, em breve, postarei aqui contando um pouco de Chaplin e sua magnífica obra.
Um Salve pra galera de jovens muito doidos dos bairros Vila Antártica e São Jorge em Praia Grande (SP) _ exóticos, mas super do bem _ que curtem o Chaplin.
Na minha humilde consideração, Charles Chaplin (1889-1977), é o precursor do tipo de humor em Chapolin Colorado e no Chaves. E outro coisa que adianto, não sei se vocês sabem, mas ele foi perseguido político do governo norte-americano. Bom, até lá!

Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado:

nele se encontram todos os segredos,

inclusive o da felicidade.

Charles Chaplin

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Xô Sarney!


Imagem capturada no blog do Marcelo Tas.

sábado, 20 de junho de 2009

crentinices!










Quem enviou as imagens foi o amigo Matheus Tancredi.
São muito eloquentes! Veja por si mesmo.
Olha Só!... ainda, acalanto o sono da crença na honestidade... pena que ela não é humana.






domingo, 14 de junho de 2009

duas taças de Baudelaire, mas sem gelo por favor


Considerado o pai do simbolismo na França, o poeta "maldito" e crítico de arte francês Charles Baudelaire (1821-1867), entre outros textos, publicou Les Fleurs du Mal ("As Flores do Mal") em 1857, talvez, seu livro mais controverso e que inaugura a modernidade na literatura. Foi, inclusive, condenado por ofensa à moral pública na França. Os juízes o obrigaram a pagar uma multa e viu retirado deste livro seis poemas para que pudesse publicá-lo. Onze anos após o ocorrido, tais poemas voltaram a integrar sua obra, isto na sua primeira edição póstuma. Cuidado! Os artistas morrem, mas não suas grandes obras.


Deixo aqui dois poemas para degustação. Respectivamente, um do livro Petites Poèmes en Prose ("Pequenos Poemas em Prosa", de 1862) _ curiosidade: o texto é citado no "Poema da Necessidade", in Sentimento do Mundo de 1940, pelo poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) _ e outro consta em "Flores do Mal" (que foi um de seus poemas proibidos).



EMBRIAGUEM-SE


É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.


Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.


E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.



A QUE ESTÁ SEMPRE ALEGRE


Teu ar, teu gesto, tua fronte
São belos qual bela paisagem;
O riso brinca em tua imagem
Qual vento fresco no horizonte.


A mágoa que te roça os passos
Sucumbe à tua mocidade,
À tua flama, à claridade
Dos teus ombros e dos teus braços.


As fulgurantes, vivas cores
De tua vestes indiscretas
Lançam no espírito dos poetas
A imagem de um balé de flores.


Tais vestes loucas são o emblema
De teu espírito travesso;
Ó louca por quem enlouqueço,
Te odeio e te amo, eis meu dilema!


Certa vez, num belo jardim,
Ao arrastar minha atonia,
Senti, como cruel ironia,
O sol erguer-se contra mim;


E humilhado pela beleza
Da primavera ébria de cor,
Ali castiguei numa flor
A insolência da Natureza.


Assim eu quisera uma noite,
Quando a hora da volúpia soa,
Às frondes de tua pessoa
Subir, tendo à mão um açoite,

Punir-te a carne embevecida,
Magoar o teu peito perdoado
E abrir em teu flanco assustado
Uma larga e funda ferida,

E, como êxtase supremo,
Por entre esses lábios frementes,
Mais deslumbrantes, mais ridentes,
Infundir-te, irmã, meu veneno!*


*Tradução de Ivan Junqueira.


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ado, Ado, Ado, cada um no seu Quadrado!...



Seja o leitor religioso, espiritualizado, agnóstico ou ateu, reproduzo aqui um texto que achei muito interessante. Possíveis preconceitos a parte, não esperava ler algo do tipo escrito por evangélicos. Lembrei-me _ "por acaso" _ das palavras do poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) que diz "para o comerciante até a honestidade é uma especulação financeira".
O texto foi postado em 23/05/09 por Claudecir Caetano no blog http://www. aconteceunaibajap.blogspot.com, endereço que me foi enviado pelo Pastor e Professor de Filosofia Romeu Tavares. Um amigo que como comerciante é um excelente Filósofo Cristão. Este último também tem um blog romeujtavares.blogspot.com.


"Barulhos na igreja e pregação sem propósito"


Uma pesquisa nos EUA mostrou que jovens expostos a um ruído médio inferior a 71 decibeis, entremeados com pulsos de 85 decibeis só a 3% do tempo, tiveram aumentos médios de 25% no colesterol e 68% numa das substâncias provocadoras de estresse: o cortisol. Mas já a partir de 55 decibeis acústicos a poluição sonora provoca estresse, segundo a Organização Mundial de Saúde. Pelo nível de ruído das nossas igrejas, podemos entender porque o estresse tem se tornado tão comum no meio evangélico, surgindo ou agravando arterioscleroses, problemas de coração e de doenças. Fernando Pimentel de Souza, professor da UFMG, especialista em Neurofisiologia e membro do Instituto de Pesquisa do Cérebro, UNESCO, inclui entre os efeitos da exposição aos altos decibéis a “sonolência, fadiga, diminuição da produtividade e problemas de relacionamento social e familiar. Ele acrescenta:

“Se o ruído é excessivo, o corpo ativa o sistema nervoso, que o prepara contra o ataque de um inimigo invisível, sem pegadas, que invade todo o meio embiente pelas menores frestas por onde passa o ar ou por toda ligação rígida à fonte ruidosa. O cérebro acelera-se e os músculos consomem-se sem motivo. Sintomas secundários aparecem: aumento de pressão arterial, paralisação do estômago e intestino, má irrigação da pele e até mesmo impotência sexual” [¹].

Também é bom lembrar que um rítimo repetitivo de fala, entre 42 a 72 golpes por minuto (semelhante ao coração humano) é comprovadamente hipnótico e pode gerar uma alteração do estado de consciência, tornando-a até 25 vezes mais sugestionável. Com base nisso, podemos entender melhor alguns fenômenos “espirituais” que acontecem durante a pregação de alguns avivalistas.

Contudo, o pior problema da pregação contemporânea não é o som alto, e sim a má qualidade dos sermões pregados. Saúde, prosperidade e muita “unção” são os temas recorrentes dos mensageiros da atualidade e a pregação cristocêntrica vai ficando cada vez mais esquecida. É triste ver alguns pregadores que eram considerados homens de Deus, defensores da ortodoxia cristã, hoje tão entregues à doutrina da prosperidade. Somente para corroborar o que estou dizendo: Faz exatamente uma semana que estou acompanhando as pregações de um telepastor na Band, na esperança de ouvir um sermão evangelístico que seja, mas ao que tudo indica ele preferiu dedicar o horario para vender a "Biblia da Batalha Espiritual e Vitória Financeira", que ensina o crente a fazer negociatas com o Todo Poderoso. Uma pena, pois enquanto esses pregadores fazem seus espetáculos na tentativa de promover a própria imagem, o evangelho é deixado de lado e consequentemente milhares de pessoas que poderiam ser transformadas pela Palavra de Deus vão dormir sem conhecer o salvador Jesus. É uma pena...
Ah, e antes que eu esqueça: Acerca da teologia da prosperidade é bom lembrar-nos que quem oferece o mundo em troca de adoração é o diabo, e não Deus (Mt 4.9-10).

domingo, 7 de junho de 2009

5 dicas de práticas antiecológicas



  1. Não use sacolas de pano. Continue a fazer suas compras servindo-se das intermináveis sacolas plásticas, "logicamente" você vai conseguir produzir o equivalente em lixo doméstico para _ rapidamente _ descartar todas elas no meio ambiente. Assim você terá _ numa só sacada _ resolvido três problemas: destinação do lixo (parecido com aquele lugar mágico da infância onde os hambúrgueres nascem prontinhos nas ilhas frigoríficas dos mercados), do acúmulo de sacolas no "puxa-saco" estourando da sua casa (Só quero ver!...rs) e, por último, ou melhor, por ultimato, o reforço a toda educação ante-ambientalista de sua família.


  2. Use e abuse dos detergentes e outros produtos químicos para limpeza, ao invés de tentar outras opções de limpeza não tão agressivas ao meio ambiente. Resigne-se a sua condição anti-ecológica e não faça, por exemplo, dissolver na mesma proporção água e vinagre branco com um pouco de bicabornato de sódio (somente água e vinagre ao limpar coisas mais sensíveis). Com a ajuda de uma esponja natural (ou esponja de aço) você conseguiria limpar tudo aquilo que limparia com detergente.


  3. Persevere em jamais assistir algum programa de TV Cultura, principalmente ao Repórter Eco. Se ligar a televisão e der de cara com o "cara-pálida" Washington Novaes, deligue-a imediatamente e retire as crianças da sala. Se ainda houver crianças... É eminente o perigo de alguma alfabetização ambiental.


  4. Inseticidas são excelentes, inclusive quando inalados pelos seres humanos, plantas e animais domésticos. Outras opções que você não deve usar é açúcar queimado, melado e água, disposto em tiras de papelão, pois repele insetos. Farinha de trigo, gesso calcinado, açúcar e bicabornato de sódio elimina baratas. Pequenos pires de café espalhados por toda casa ninguém merece, mesmo sendo ótimo contra formigas.


  5. Sempre prefira produtos não recicláveis, como papéis toalhas aos panos, serão menos árvores sugismundas no mundo. Dê preferência aos produtos que vem protegidos por isopor, pois tal material é totalmente não biodegradável. Daqui até a "eternidade" aquelas embalagens de espuma de poliestireno (isopor) estararãoconservatíssimas.
  • foto do rio Tietê poluído na região de Salto (SP).

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A voz e o rosto do bom senso ecológico

Hoje, 5 de junho, é o Dia do Meio Ambiente. Sendo este, também, o mês dedicado às questões ecológicas.

O jornalista Washington Novaes tem se mostrado, cada vez mais, um arauto de questões ecológicas sem aquele "descabelamento" típico dos extremistas. Olha Só!... com bom senso, paciência e persistência, mostras da sabedoria simples aquilatada na sua trajetória pessoal e profissional, vem ensinando _ a quem quiser ouvir e enxergar _ as astúcias, tanto dos pensamentos e práticas insustentáveis à vida quanto das interações atuais e potenciais dos homens com o meio ambiente. Isto sem a fantasia quixotesca do retorno do homem urbano ao "estado de natureza".

O jornalista em questão é supervisor geral do programa televisivo Repórter Eco apresentado pela TV Cultura. Foi consultor do primeiro relatório nacional sobre biodiversidade. Participou das discussões para a Agenda 21 brasileira. Dirigiu vários documentários, entre eles a famosa série "Xingu" e, demonstrando ainda muito fôlego, encampou "Primeiro Mundo é Aqui", no qual ressalta a importância dos corredores ecológicos no Brasil.
foto capturada do site http://www.blogactionday.com.br/

quinta-feira, 4 de junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

As Culturas da Ficção e as Ficções da Cultura.

1ª parte - As Culturas da Ficção

A primeira vez que fiquei sabendo da existência do Poeta, Jornalista, Cineasta, Fotógrafo, Escritor e Artista plástico (entre tantas outras faces), André Carneiro _ hoje um amigo (apenas parente "espiritual") _ foi através de uma busca sobre pesquisas em livros e artigos científicos que tratassem da relação entre as culturas locais e a dita cultura universal no contexto das produções ficcionais. O meu foco estava nos países de língua portuguesa, com especial atenção ao Brasil e partia da hipótese de possíveis influências da ficção na formação cultural dos povos (e, talvez, menos grandiloquente, em pequenas "comunidades").
Percebi que André Carneiro era frequentemente citado em vários artigos sinalizando sua relevância. Passamos a trocar e-mails que escrevo em letras "garrafais" ao qual responde com muito carinho, mesmo com a má condição de saúde do amigo, já com a idade do corpo avançada, mas de mente lúcida e sensibilidade ímpar. Quando perguntado de um texto seu que eu desejava ler, prontamente tratou de enviar pelo correio dois exemplares do seu livro de poemas, "Quânticos da Incerteza".
Chegou a ser entrevistado em 2001 pela professora da University of Florida e pesquisadora norte-americana, Mary Elizabeth Ginway, em contribuição a composição do livro "Ficção Científica Brasileira: Mitos Culturais e Nacionalidade no País do Futuro", lançado aqui em 2005 pela editora Devir Livraria. Penso como imprescindíveis para quem queira "xeretar" nessas paisagens culturais, tanto as produções dela quanto as dele.

Algumas contribuições de André Carneiro no âmbito da cultura, merecem que reserve espaço maior para fazê-lo. Aguarde a próxima postagem.

Sinopse do livro de Ginway publicado no site da "Livraria Cultura":
Durante o período de 1964-1985, a ditadura militar no Brasil impôs uma política drástica de industrialização e desenvolvimento econômico ao país. Por suas ligações com a ciência e a tecnologia, a brazilianista Elizabeth Ginway, professora de Literatura Brasileira, acredita que a ficção científica é o veículo ideal para o exame da percepção e do impacto cultural do processo de modernização no Brasil. Freqüentemente associado à floresta amazônica, praias tropicais sem fim, e às festividades do Carnaval, o Brasil pode ser visto como um lugar improvável para o surgimento da ficção científica, todavia desde a década de 1960 os escritores brasileiros têm experimentado com o gênero, timidamente, a princípio, mas depois se atirando a ele com ímpeto. O livro da professora Ginway traça um painel da ficção cientifica escrita no Brasil entre 1960 e 2000, fornecendo uma observação única da moderna metamorfose do país, no instante em que se vê na periferia do mundo globalizado. O estudo mostra que uma leitura da ficção científica brasileira, baseada no seu uso de paradigmas anglo-americanos (o robô, o alienígena, a espaçonave, etc.), e de mitos culturais brasileiros (o mito da terra fértil, o povo dócil e feliz, etc.) fornece uma observação única da moderna metamorfose do Brasil, no instante em que o país se vê na periferia do mundo globalizado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Opções para Harry Potter

Me espantei ao flagrar três alunas da 2ª série do ensino médio lendo livros em sala de aula, ou melhor, lendo... Fiquei admirado ao constatar que não eram os da série "Harry Potter", da britânica J. K. Rowling (1965), um dos raros títulos vistos na companhia de alguns poucos adolescentes da rede pública estadual de ensino. Um era "A mão e a luva" de Machado de Assis (título obrigatório em diversos vestibulares e de trabalhos escolares) e os outros eram dois exemplares de "crepúsculo" (Twilight; ed. Litle Brow, USA, 2005) _ editado em 2008 no Brasil pela Intrinseca _ escrito pela norte-americana, Stephenie Meyer (1973). Um livro (popularizado pelo filme) enredado ao romance proibido entre uma humana e um vampiro. A escolha da capa, conforme a autora, é uma referência a sua releitura do "pecado original". Já havia visto o filme (antes dos 5 prêmios "mordidos" das 7 categorias em 2009 do MTV Movie Awards) e tornei a assistí-lo _ admito com um pouco mais de boa vontade _ mas, como não tenho mais 17 anos continua não me agradando.
A crítica recebeu a publicação com um misto de entusiasmo (pelo olhos do mercado), reservas e adendos (pelos olhos da sensibilidade artística). A "Publishers Weekly", por exemplo, vê como metáforas a paixão cega de Edward Cullen por Bella Swan (personagens principais) como relação de risco entre adolescentes e a "luta interna de Edward" retratando a tensão sexual nesta fase da vida. Neste sentido, a analogia ao caráter "crepuscular" da trama emocional vivida por qualquer adolescente é evidente. Outros o veem pelo prisma crítico ressaltando os apelos excessivos à magia e ao romance "açucarado" e fácil.
Perguntei às alunas se já tinham lido algum livro do escritor André Vianco, nascido na capital São Paulo e criado em Osasco, o qual foi me foi apresentado por alunos da mesma série de uma escola pública federal. "Nunca ouviram falar". Foi o seu segundo livro, "Os Sete", lançado em 2001 pela editora Novo Século que abriu as portas para o autor. Trata-se, também, de um série de romances envolvendo vampiros, porém _ aparentemente _ melhor elaborado, menos byroniano e, certamente _ por enquanto _ sem a "alavanca" do cinema para torná-lo reconhecido e lido. Vamos ver como ficam as coisas depois de filmado, isto já está acontecendo. Olha Só!... Ler tanto faz o que, até que se possa ter o hábito de saber escolher.
Sites oficiais dos escritores:

este é Gaudí



Antonio Placid Gaudí i Cornet, arquiteto catalão (1852-1926).

isto é Gaudí!